quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Férias de julho no Chile

Nossas férias de julho deste ano foi para o Chile, um lugar que a tempo estava com vontade de conhecer, mas ainda não havia surgido a oportunidade.

Nos últimos anos ficou muito caro viajar para dentro do Brasil ou para a América Latina e muitas vezes é mais econômico viajar para os Estados Unidos ou Europa, mas encontramos umas passagens a um preço razoável e viajamos em família e desta vez com a companhia do meu irmão Ezequias, minha cunhada Amanda, sobrinho Pedro,  minha mãe, e também minha irmã que está passando uma temporada no Canadá, mas foi ao Chile se encontrar conosco e matar um pouco da saudade.

Foram momentos muito especiais em família. Alugamos dois flats no centro de Santigo, que foi uma opção acessível de hospedagem, tendo em vista que hotéis em Santiago tem os preços bem salgadinhos...

Como estávamos num grupo familiar de 10 pessoas, optamos por alugar uma van, e o fizemos numa empresa chamada "Transbetel" ( cotizacion@transbetel.cl ) , e o pessoal foi bem profissional e atencioso.

Gostamos muito de Santiago, que tem um povo amistoso e receptivo. A cidade fica num vale, sendo possível avistar a cordilheira dos Andes, com seus picos nevados e toda sua magnitude.

Na cidade de Santiago há alguns cerros (morros), dentre estes o Cerro de San Cristóbal, que tivemos a oportunidade de visitar no domingo da nossa chegada e estava bem movimentado de ciclistas, esportistas, gente passeando com cachorro, etc. Nosso grupo de dez pessoas chamava um pouco a tenção e quando os chilenos descobriam que éramos brasileiros, lá vinha a piada "brasileños siete a uno", em referência ao jogo da semifinal da Copa do Mundo no Brasil, ocorrido na semana anterior.

Tiramos muitas fotos da vista lindíssima proporcionada do cerro de San Cristóbal...

Nossa família no Cerro San Cristóbal, Santiago, Chile
Na segunda-feira 14/07, reservamos para ir até Portillo, uma cidade que fica a pouco mais de 160 quilômetros de Santiago, "encravada" na cordilheira dos Andes, já na divisa com a Argentina. O caminho é lindo, sinuoso e também muito perigoso. Acordamos cedo e estávamos todos ansiosos para ver neve, mas quando estávamos a cerca de 25 - 30 km do nosso destino, fomos surpreendidos com um bloqueio na estrada e não pudemos seguir em frente. Nos informaram que a razão do bloqueio era por causa das condições climáticas, pois havia nevado muito, tornando os famosos "caracóis" extremamente perigosos. Claro que ficamos frustrados ao ter que retornar, tendo chegado tão perto, mas fazer o que? No dia seguinte nosso passeio seria para o Valle Nevado e teríamos então a chance de ver a tão esperada neve...

E na terça-feira 15/07 levantamos cedo para  ir a Farellones, El Colorado, La Parva e Valle Nevado, que são estações de esqui localizadas a pouca distância de Santiago. Antes da viagem, li alguns sites sobre como chegar até lá e nenhum deles recomendava que fossemos por conta própria, por causa das curvas extremamente perigosas e sem qualquer proteção de guard rail ou mureta. Com neve e gelo na pista, é mais perigoso ainda e por isso imprescindível que o motorista tenha experiência  em dirigir nestas condições e o meio de transporte utilizado pela maioria dos turistas é a contratação de um transfer para esse passeio.

Ficamos numa dúvida cruel, pois muitas vezes, um motorista experiente pode cometer o pecado do "excesso de confiança" e dirigir com menos prudência do que um inexperiente... Como estávamos com uma mini van alugada, decidimos arriscar e fomos com muito cuidado e atenção. Meu irmão que foi conduzindo e quando começaram as curvas "ferradura", entendemos porque é tão perigoso. Nessas curvas em forma de "U" não é possível passar dois veículos de uma só vez... A pista é dupla e a preferência é sempre de quem sobe. Quem está descendo tem que ter muita atenção para observar se está subindo algum carro e parar para esperar antes da curva.

São 63 curvas até chegar ao Valle Nevado e num determinado momento tivemos que colocar as cadenas, que são as correntes nos pneus, para evitar derrapar na neve ou gelo. Sem as cadenas, o veículo fica vulnerável a derrapar numa lâmina de gele e cair precipício abaixo...

Depois dessa experiência de subir o Valle Nevado por conta própria, podemos dizer que foi a melhor opção. Quando você contrata um transfer, além de ser bem caro (cerca de 20.000 pesos por pessoa ou aproximadamente R$ 100,00), você não tem a liberdade de parar onde quiser e por quanto tempo quiser e fica condicionado aos horários da excursão. Gostamos de liberdade e por isso que foi a melhor escolha.

Ficamos eufóricos quando vimos aquele montão de neve pela primeira vez!! Tinha nevado na noite anterior e ficou tudo muito lindo. Neve fofinha, branquinha, do jeito ideal pra se divertir.

O Valle Nevado é outro lugar onde tudo é muito caro! Pra se ter uma ideia, um dia de esqui custa em média R$ 500,00 por pessoa, pois é necessário alugar os equipamentos, as roupas, comprar o ingresso do teleférico para subir e descer a montanha, além da necessidade de contratar uma aulinha básica de esqui pra não ficar caindo toda hora... Sem contar no custo de uma refeição num restaurante local, cujo preço médio é de 20.000 pesos (aproximadamente R$100,00). Pra nós, família grande, ficaria uma fortuna, então decidimos fazer nosso passeio por conta própria e apenas brincar e se divertir na neve e levamos nosso próprio lanche e o custo foi baixíssimo, quase zero!!

Vitor encantado com tanta neve!!

No dia seguinte, nossa aventura foi para a região de San José del Maipo, onde ficam os vulcões... Mais paisagens lindas e deslumbrantes e foi uma pena que o dia estava chuvoso e como parte do caminho é estrada de terra, não pudemos seguir até o final da estrada, por causa da lama.

Foi uma aventura esse passeio!

Vitor com o pai e os irmãos nos vulcões da cordilheira dos Andes

Por todo lado placas indicando zona de evacuação

Mas foi super válido, com direito a parada numa cachoeira em meio aos vulcões e os meninos quiseram passar para o outro lado e pra isso tiveram que atravessar alguns obstáculos entre pedras e morro.

O Vitor era um dos mais animados... Devido ao incidente da batida da cabeça um mês antes, ainda estava recuperando-se e retomando a coordenação e o equilíbrio, mas isto não foi empecilho para a aventura... Com a ajuda do pai e dos irmãos transpor todos os obstáculos e chegou do outro lado!!

Região dos vulcões em San Jose del Maipo, Chile

Na quinta-feira 17/07, decidimos voltar a Portillo, no topo da cordilheira dos Andes, considerado por muitos como um dos lugares mais lindos do Chile.

O caminho pra lá é maravilhoso, e na mesma medida perigoso, pois temos que passar pelos famosos "Caracóis", que são as curvas super fechadas em forma de ferradura, em meio aos precipícios da cordilheira dos Andes. A cada 500 metros é possível ver uma cruz, sinalizando a morte de alguém naquele ponto da estrada... É arrepiante, mas ao mesmo tempo emocionante. A estrada é bem movimentada, com muitos caminhões, pois é o caminho para a cidade de Mendoza, Argentina e de lá para Buenos Aires e depois para o Brasil. Cruzávamos a todo momento com caminhões com placa do Brasil...

Em Portillo, na divisa entre o Chile e a Argentina

Em Portillo, a quase 3.000 metros de altitude foi construído um Hotel muito famoso, onde se hospedam diversas celebridades. Ele foi inaugurado em 1949 e desde membros da família Kennedy até Fidel Castro já estiveram por lá. É onde os esquiadores profissionais vão treinar no período de verão do hemisfério norte. Claro que hospedar-se ali não é para o nosso bico, então fomos só conhecer e mais uma vez brincar e se divertir na neve.

Lago nas imediações do Hotel Portillo

Compramos uma prancha e os meninos brincaram até enjoar. O sol estava lindo e foi um dia maravilhoso!!

Vitor com os irmãos, o primo Pedro e o tio Ezequias

Tinha um pessoal fazendo pic-nic na neve...

Fazendo boneco de neve...

Cadê o frio, Vitor??

O Chile é um país de uma natureza exuberante. Menos de 100 quilômetros separam os picos nevados do oceano pacífico e foi pra lá o nosso passeio de sexta-feira!

Valparaiso e Vina del Mar são duas cidades litorâneas  que ficam a aproximadamente 120 km de Santiago.

Primeiro fomos a Valparaiso conhecer uma das casas do famoso poeta chileno  Pablo Neruda.

A vista é lindíssima... Fica num morro de ruas estreitas e casinhas coloridas. Muito charmoso o lugar!!

Vina del Mar já é diferente... Cidade grande e moderna, com belos calçadões e toda uma orla bonita e estruturada.

Seguimos a estrada beira-mar até chegar num ponto onde pudemos ver dezenas de leões marinhos descansando nas pedras... Por que será que estes mamíferos gostam tanto do oceano pacífico? Lembro que vimos muitos deles, e também elefantes marinhos na nossa viagem pela costa da Califórnia, que também é banhada por este mesmo oceano...

Leões marinhos descansado nas rochas em Vina del Mar

Vitor no oceano Pacífico em Vina del Mar, Chile

Nossa família em Vina del Mar, Chile

Vina del Mar tem um pôr-do-sol lindíssimo!!


E chegou o sábado 18/07, dia do nosso retorno...

Pela manhã, visitamos uma igreja adventista no centro de Santiago e em seguida tivemos que nos despedir da bela e acolhedora cidade,  mas com uma forte vontade de retornar e conhecer um pouco mais desse tão lindo país.

No aeroporto nos despedimos da minha irmã que retornou para o Canadá e nós embarcamos de volta ao Brasil e durante boa parte do trajeto sobrevoamos a magnífica e impressionante cordilheira dos Andes.

Foi um sonho conhecer lugares tão lindos do Chile e planejamos um dia retornar a esse país de beleza tão singular.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Pesquisar este blog