terça-feira, 12 de maio de 2009

Câncer em Escala Mundial

A alimentação moderna, ocidental, não favorece nosso organismo. Grandes quantidades de gordura saturada (carnes, leite, queijos, ovos) , alimentos refinados, industrializados, com conservantes, aditivos químicos, açúcar, etc

As doenças tem fatores etiológicos comuns. As doenças infecciosas são dominantes como causa de morte em países em desenvolvimento. Quando as economias destes países crescem e adotam o modo “ocidental” de se alimentar, diminuindo a atividade física, as doenças não infecciosas (cardiovasculares, câncer, diabetes, etc) tornam-se mais prevalentes. Nos países desenvolvidos estas doenças são dominantes como causa de morte. E muitas destas mortes são prematuras e preveníveis.

Efetivamente, o câncer NÂO é distribuído de maneira uniforme no mundo. Segundo as últimas estatísticas publicadas pela Organização Mundial da Saúde, os países com os mais altos níveis de câncer são os da Europa do Leste e os ocidentais industrializados (300 a 400 casos para cada 100.000 habitantes). Em contrapartida, os países do sudeste Asiático, como Índia, China ou Tailândia, têm taxas muito menos elevadas (100 casos para cada 100.000 habitantes).

Não só o fardo do câncer é distribuído de maneira desigual de uma região do mundo para outra, mas, além disso, o tipo de câncer que afeta a população desses diferentes países varia enormemente. Como regra geral, exceto o câncer de PULMÃO, o mais freqüente e mais uniformemente difundido em escala planetária (por causa do tabagismo), os cânceres mais comuns nos países ocidentais industrializados são, na ordem: CÓLON, MAMA E PRÓSTATA, enquanto que nos países asiáticos a freqüência desses cânceres vem depois do que se observa para os cânceres de ESTÔMAGO, ESÔFAGO E FÍGADO. Por exemplo o câncer de cólon no ocidente acomete 50 pessoas entre 100.000 habitantes. Já na Índia, a incidência é de 5 em cada grupo de 100.000 habitantes.

Populações Migrantes

O estudo das populações migrantes permitiu confirmar que essas variações extremas NÂO se devem a uma predisposição genética qualquer, porém estão estreitamente ligadas à diferenças existentes entre os estilos de vida.

Evidências sugerem que diversos cânceres estejam associados a um alto consumo de gordura animal. Especialmente os de MAMA e INTESTINO GROSSO...

Por exemplo, as mulheres japonesas têm incidência baixa de câncer de MAMA quando vivem no Japão, onde a dieta contém quantidades relativamente pequenas de gordura. Quando essas mulheres imigram para o ocidente e adotam uma dieta ocidental com alto teor de gordura, sua incidência de câncer de mama começa a aumentar...

Projeto North Karelia

A organização Mundial de Saúde publicou o 2º. Relatório intitulado “Diet, and the Prevention of Chronic Diseases” (Dieta, Nutrição e Prevenção das Doenças Crônicas), em meados de 2003, em Genebra, Suíça (o primeiro relatório foi publicado em 1990).

Este relatório foi elaborado por 72 professores universitários e cientistas de 23 países, especializados na área de nutrição na prevenção de doenças.

Um destes professores, Pekka Puska, Diretor do departamento de Prevenção de Doenças não comunicáveis e Promoção da Saúde, O.M.S., em Genebra, Suíça, é também diretor do Projeto North Karelia, na Finlândia, o qual pode ser resumido da seguinte forma:

“Na província de North Karelia, havia em 1990 a maior incidência de mortes por enfarto e doenças cardiovasculares do mundo .Por ser uma país de clima frio, a população comia grandes quantidades de manteiga, queijos e carnes, fontes de gorduras saturadas, dizimando os homens por infarto em idade produtiva, resultando em inúmeras viúvas jovens e órfãos em um país pouco populoso (cinco milhões de habitantes).

O professor Puska, por meio do Projeto North Karelia, atuou informando a população através de 300 médicos, utilizando a Midia (TV, rádio, jornais), atiando também entre os produtores de alimentos de supermercados.

Como resultado, conseguiram mudar hábitos alimentares importantes na população, que passou a usar cereais integrais, pães e outros produto feitos com farinhas de cereais 100% integrais, feijões, leguminosas, verduras, frutas, óleos vegetais, como também diminuir o uso de carnes, priorizando o uso de peixe em pequena quantidade. Adicionando a este hábito alimentar, houve a diminuição do tabagismo, do alcoolismo e promoção de maior atividade física.

Em decorrência de tal mudança, no ano de 1995, houve diminuição em 68% das mortes por doenças cardiovasculares, 73% das mortes por doença cardíaca coronariana (infarto do miocárdio), 44% das mortes por câncer e 71% das mortes por câncer do pulmão...”

A conscientização foi feita de forma ampla, e muito provavelmente NÃO foi 100% da população que aderiu ao projeto. Mesmo assim, os números foram animadores, tendo sido suficientes para CONFIRMAR, REFORÇAR e ENDOSSAR que hábitos alimentares saudáveis e estilo de vida tem relação sim com a prevenção de doenças.

Fontes: Os Alimentos Contra o Câncer ( Richar Béliveau Ph.D. e Denis Gingras Ph.D.), Prevenção de Doenças Crônicas (Dr. Sidney Federmann), Como Aumentar Suas Chances Contra o Câncer (John F. Potter, M.D.)

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